A minha casa continua pintando e agora eles, os moços, estão no escritório e desmontaram tudo... Saudades Márcia Lopes
Como diria a Oprah Winfrey I'll be rigth back, acho que dia 28 estarei de volta. Não me abandonem...
quinta-feira, 23 de julho de 2009
sexta-feira, 17 de julho de 2009
Das forças da Natureza
Tem dias em que eu acordo e
Parece que engoli um
oceano
As ondas
Estouram no meu peito
Sua água salgada me escorre pelos olhos
Uma melancolia...
Uma fúria devastadora.
Esta noite eu sonhei que
uma tissunami invadia copacabana
e atingia o prédio que eu moro
Do outro lado do
Morro
Tem dias que eu acordo e
Eu engoli um oceano em fúria
Tem dias em que eu acordo e
Um oceano me invade
Tem dias em que eu acordo e
Sou um navio naufragando
Ondas enormes me partem, me batem
Nunca vi tanta fúria
Ondas enormes me invadem
Ondas espumam de raiva
Eu em naufrágio
Tem dias em que eu acordo
E...
Tudo o que me resta
È o desejo de calmaria
Tem dias que simplesmente
Nem acordo,
Mas ainda assim
Há um mar revolto lá fora
Tem dias em que eu acordo e
Engoli uma floresta em chamas.
Vou ardendo o dia todo
Que dor
O fogo é furioso
Implacável
me cega
me toca
me arde
Vai queimando tudo
E me deixa um vazio por dentro
Mesmo quando passa a dor
do arder e não do ardor
Tem dias que não há mais o que queimar
Só há chamas
Tu não me chamas
Tu não me amas
Ninguém me ama (não resisti)
Tem dias que eu não devia acordar
Tem dias que são cinzas
Queria acordar cinzas
Tem dias em que eu acordo e acredito que engoli um
Vulcão em erupção
Vulcão que eu acreditava já estar
Extinto
Vulcão que já deveria ter se transformado em
pedras
Antigos rancores e ressentimentos
Mágoas de berço,
Mágoas da vida inteira.
As vou guardando
Até não poder mais
Reter
E de repente vem,
Vem nos dias em que eu acordo e
Certamente engoli um vulcão em erupção
As mágoas e rancores se transformam em
Ódio,
Só quem odeia sabe como
dói
Como impede como limita
O vulcão erupe
E eu me vejo derramar em fogo
Velhas mágoas que não viram
pedras
E que me atiram às
pedras
Não posso com esse vulcão
me doem as
pedras
que me atiram
Eu me
atiro
Se não me
Retiro. Explodo. Queimo
A tudo e a todos
Sou implacável
Não me poupo
Depois de
Tudo
Só me
Resta
Virar
Pedra
Vidrar
Tem dias em que
Eu acordo e
Engoli
Um barril de Pólvoras
Pólvora
Fininha
Explode
Aos pouquinhos
Explode o tempo todo
Dói
Não alivia
Apenas doi
Destroi
Corroe
Engoli Póvora
Estouro
Mas,
Também
Tem dias em que eu engoli
Pólvora e
Grito fogos de
Alegria
Brilho
estrelas libertadoras
O
Bom
É que sempre
Tem um dia depois do
Outro
Com ou sem
Pólvora
Com ou sem fogos de artifício.
Tem dias em que acordo e
Estou sem as
Asas
O muro é alto
A parede escura e
Estou sem asas
Acordo e estou pesada
Acordo
Pesada e sem asas
Pesada não posso voar
Sem asas
Não posso imaginar
Tem dias em que eu acordo
E o meu pensamento precisa de rampa
Tem dias em que eu acordo e
Sou uma fazenda
Centenária
Cheia de portas e janelas
Amanheço
As portas me batem na cara
E as janelas nunca se abrem
Não me recordo o porquê
Jung lembra
Freud explica
Memória centenária
Mágoa de outrem
Pecado original
Tem dias em que acordo e não
Recordo
As janelas nunca abrem
As portas me partem
Eu parto.
Márcia Lopes (não corrigi,não terminei...) aceito sugestões!!!
terça-feira, 14 de julho de 2009
domingo, 12 de julho de 2009
Tinha guacamole sim!!!
Há pouco menos de um mês, quando dizia que ia fazer uma festinha mexicana para reunir a família a pergunta era sempre a mesma: Vai ter guacamole? Meu irmão caçula dizia: - se não tiver guacamole nem entra. Ameaçada! E querendo agradar a todos, inclusive a mim, pedi ao marido que não esquecesse de trazer de pampa-linda abacates que, apesar de modestos, iam fazer toda a diferença aos apreciadores de produtos orgânicos. O marido,obediente!, chegou com uma sacolinha cheia de abacates, que eu deixei num cantinho.
Passei os últimos dias muito atarefada com a pintura da casa, a doença da srta12 e os probleminhas de dona de casa de sempre: Compras, comida, dentista, leva e traz, bolinhos para vender etc e tal e infinito e além... E só me lembrei dos abacates dois dias antes do jantar mexicano. Apavorada corri para a sacolinha esquecida num cantinho e fui conferir se estavam maduros. Mais apavorada, notei que só havia dois mínimos abacatinhos maduros. Lembrei que vovó enrolava no jornal abacates ou bananas para amadurecer e mais aliviada enrolei tudo e coloquei no forno para ficar bem abafadinho. Covarde, nem conferi se ia dar certo.
Quinta-feira, na véspera do evento, fui com meus irmãos ao Bar Lagoa para tomar um chopinho (eu só tomei quatro!) e jogar conversa fora. Minha irmã me entregou uma sacolona cheia de produtos para o jantar mex, tacos, tortillas, chilis... e, também uma receitinha, com letrinhas em corpo 10, de uma iguaria que "eu nunca vi nem comi e só ouço falar".
Sexta-Feira chegou, a minha ajudante faltou, não pode me ajudar e eu passei o dia todo em função do jantar. Sem esquecer que era aniversário de srta 12 e de levar srta 13 para lá e para cá. Fiz as últimas compras. Em casa comecei a fazer a receitinha (corpo 10), passei o dia colocando e tirando óculos(para leitores que já passaram dos quarenta). Mas, provei e estava uma delícia. Fiz uma carninha moída com temperos mexicanos, improvisei um sour cream, cortei muito tomate muita cebola e muito coentro lavei as alfaces deixei tudo na casa do meu irmão. Ah! Antes de sair lembrei dos abacates amadurecendo com as notícias. Estavam maduros no ponto certo! Alívio!
A guacamole ficou ótima (foi minha irmã quem fez na hora) e o resto do jantar todo também. Duda meu irmão disse: -Quando vocês duas disseram que iam fazer um jantar mexicano, eu não levei a menor fé, mas esta tudo uma delícia. Vocês me surpreeenderam! E todos viveram felizes para sempre, sem contar calorias.
quinta-feira, 9 de julho de 2009
Só para dar um alô
Estou sem tempo de escrever.
Agora além de mãe, dona-de-casa, patroa, motorista, professora particular, estou acumulando as funções de enfermeira (srta11 pegou uma gripe que não é a do porco!), mestre de obras, compradora, decoradora e porteira. A minha casa está em obras e sou eu quem faço tudo, escolho o que comprar, embalo todas as coisas para não pegar poeira, lido com o pintor (que acha que mulher só tem dois neurônios e que os mesmos dois não servem para nada), faço o projeto do armário, da janela etc e tal e infinito e além.
Não bastasse tudo isso, minha querida irmã está no Rio de férias. Nós duas inventamos uma festinha mexicana para que ela possa estar com toda família sem ter que ir um dia na casa de cada um para agradar a todos e na verdade não agradar ninguém. Nós inventamos, ela trouxe os produtos da américa, meu irmão entra com a casa e com as bebidas e eu vou fazer o jantar. Vai me dar um trabalhão neste momento da minha vida, mas farei com todo prazer, adoro cozinhar, adoro festas e adoro reunir a família. Vou a proveitar e comemorar!!! Srta 11 a partir de
sexta-feira atende por senhorita 12.
Consegui me inscrever para a natação e já está quase na hora, vou dar umas braçadas para começar bem o dia.
sexta-feira, 3 de julho de 2009
Dois Rios
De repente a gente se torna íntimo de umas coisas. Agora estou íntima do Rio Negro e do Solimões. Não, da dupla sertaneja não, dos rios mesmo, que dividem a cidade de Manaus. Dividem a cidade de Manaus? Será? A verdade: não sei se fico tão íntima assim. Talvez eu fique sufocada com tanta notícia. Não, com tanta notícia não. Com a mesma notícia, repetida mil vezes.
Ultimamente, as notícias sobre o nível das águas do Rio Negro e do Rio Solimões, parecem até a cotação da bolsa de Nova Iorque: tem previsão e tudo. Hoje vai subir tanto, amanhã vai continuar subindo; tendência de queda a partir da próxima quarta-feira.
Na verdade, já tinha tido uma certa intimidade com a dupla: Rio Negro e Solimões, meu pai, homem culto e íntimo de muitas coisas nos contou ao jantar sobre o encontro das águas dos rios.
Naquele tempo, as famílias se sentavam à mesa para fazer as refeições. Todos os membros deveriam estar presentes. Não importava se estivessem indispostos ou sem fome ou se tivessem brigado uns com os outros. Alguém chamava: O jantar está na mesa! E, em pouco tempo, a família se reunia em torno da távola que podia ser redonda ou não
.
Lá em casa meu pai era o chefe da família. Isto queria dizer que ele se sentava à cabeceira, que o jantar só era servido quando ele chegava do trabalho e que o cardápio era composto de acordo com seus gostos e seu apetite. Ninguém questionava e todos respeitavam.
Meu pai falava o jantar inteirinho. Foi jantando que aprendi que branco é a soma de todas as cores, que preto é ausência de luz. Ouvia falar das aventuras do Saint Exupéry, do Fernão Dias Paes Leme, dos canibais do livro do Jean de Lery, ouvia-o declamar com paixão: Castro Alves. “Levantai-vos heróis do Novo Mundo! Andrada! Arranca esse pendão dos ares! Colombo fecha a porta dos teus mares!”.
Nunca fui uma boa aluna, melhor, sempre fui péssima aluna. Era considerada a burrinha da casa e por isso mesmo, ficava o jantar todo calada. Abria a boca para pedir que me passassem o pão, a água, ou qualquer outra coisa. Meus irmãos (os meninos) brincavam ou brigavam. Minha mãe dava ordens: -Pode tirar! -Traga o sal! -Senta direito menino. E minha irmã mais velha, na cabeceira oposta a de meu pai ouvia. Sempre me pareceu que meu pai falava só para ela.
Naquela época, não faltava assunto. Não falávamos de crimes, roubos, escândalos, novelas, programas de show da realidade. Não sei se era porque a imprensa tinha menos meios ou se porque a censura era implacável e não deixava passar nada, fazendo com que os editores e redatores se dedicassem mais ao texto e tivessem mais critério quanto a escolha do assunto.
Evito a censura. Sou contra alguém me dizer o que posso ou não saber, falar, imaginar, aprender. Sou a favor da autocensura. Escolher o que ler, ouvir, ver, aprender, amar, faz parte da liberdade necessária ao ser humano. Não me sinto livre, quando por causa de qualquer acontecimento banal, como a morte precoce de um ídolo pop, eu seja obrigada a passar meu dia sendo bombardeada com opiniões de uma unanimidade burra de todos os que não sabem o que é liberdade. Que não tem liberdade nem para escolher um assunto, que precisam vender. Vender uma imagem. Vender um produto. Intercalar os anúncios, com alguma notícia para justificar a existência de comerciais, de produtos que como tais notícias não interessam a ninguém.
Ultimamente, as notícias sobre o nível das águas do Rio Negro e do Rio Solimões, parecem até a cotação da bolsa de Nova Iorque: tem previsão e tudo. Hoje vai subir tanto, amanhã vai continuar subindo; tendência de queda a partir da próxima quarta-feira.
Na verdade, já tinha tido uma certa intimidade com a dupla: Rio Negro e Solimões, meu pai, homem culto e íntimo de muitas coisas nos contou ao jantar sobre o encontro das águas dos rios.
Naquele tempo, as famílias se sentavam à mesa para fazer as refeições. Todos os membros deveriam estar presentes. Não importava se estivessem indispostos ou sem fome ou se tivessem brigado uns com os outros. Alguém chamava: O jantar está na mesa! E, em pouco tempo, a família se reunia em torno da távola que podia ser redonda ou não
.
Lá em casa meu pai era o chefe da família. Isto queria dizer que ele se sentava à cabeceira, que o jantar só era servido quando ele chegava do trabalho e que o cardápio era composto de acordo com seus gostos e seu apetite. Ninguém questionava e todos respeitavam.
Meu pai falava o jantar inteirinho. Foi jantando que aprendi que branco é a soma de todas as cores, que preto é ausência de luz. Ouvia falar das aventuras do Saint Exupéry, do Fernão Dias Paes Leme, dos canibais do livro do Jean de Lery, ouvia-o declamar com paixão: Castro Alves. “Levantai-vos heróis do Novo Mundo! Andrada! Arranca esse pendão dos ares! Colombo fecha a porta dos teus mares!”.
Nunca fui uma boa aluna, melhor, sempre fui péssima aluna. Era considerada a burrinha da casa e por isso mesmo, ficava o jantar todo calada. Abria a boca para pedir que me passassem o pão, a água, ou qualquer outra coisa. Meus irmãos (os meninos) brincavam ou brigavam. Minha mãe dava ordens: -Pode tirar! -Traga o sal! -Senta direito menino. E minha irmã mais velha, na cabeceira oposta a de meu pai ouvia. Sempre me pareceu que meu pai falava só para ela.
Naquela época, não faltava assunto. Não falávamos de crimes, roubos, escândalos, novelas, programas de show da realidade. Não sei se era porque a imprensa tinha menos meios ou se porque a censura era implacável e não deixava passar nada, fazendo com que os editores e redatores se dedicassem mais ao texto e tivessem mais critério quanto a escolha do assunto.
Evito a censura. Sou contra alguém me dizer o que posso ou não saber, falar, imaginar, aprender. Sou a favor da autocensura. Escolher o que ler, ouvir, ver, aprender, amar, faz parte da liberdade necessária ao ser humano. Não me sinto livre, quando por causa de qualquer acontecimento banal, como a morte precoce de um ídolo pop, eu seja obrigada a passar meu dia sendo bombardeada com opiniões de uma unanimidade burra de todos os que não sabem o que é liberdade. Que não tem liberdade nem para escolher um assunto, que precisam vender. Vender uma imagem. Vender um produto. Intercalar os anúncios, com alguma notícia para justificar a existência de comerciais, de produtos que como tais notícias não interessam a ninguém.
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