URCA

Saio de casa e viro a esquerda, ando ladeada pelo muro da Sinagoga adornado com uma era e uma trepadeira florida de roxo. Vou subindo a ladeira do morro do pasmado o flamboyant apesar de maltratado por moradores de rua que se aquecem no inverno e aquecem sua comida o ano inteiro resiste e floresce vermelho ruborizado, lindo. Desço, passo de fronte ao campo do Botafogo da famosa sede da Rua General Severiano, continuo e atravesso a rua, vou andando pelo muro do Iate clube e em frente avisto o Instituto Benjamim Constant, e a Reitoria da Urca. Continuo viro a esquerda subo e desço uma ponte e caio no colo da Urca. Um lugar muito querido aqui na cidade maravilhosa. Quase não tem comércio, ou melhor apenas o necessário, padaria, farmácia, banca de jornal, mercadinho e buteco. Na orla quase não há ninguém passeando, não vi nenhum óculos Tom Ford, nenhuma bolsa Louis Vitton ou qualquer coisa do gênero. Na orla havia pessoas de todas a idades pescando. Simples assim, como Pedro pescando. A brisa que vem do mar nos salva, a tranquilidade das ruas nos enche de esperança. Compro o Jornal de Domingo, sento com o marido no parapeito e lemos os dois com tranquilidade. Opiniões que não me interessam tendências de moda totalmente equivocadas, matéria sobre consumismo. Me arrependo não deveria ter comprado o Jornal. Mas de qualquer modo é apenas um jornal e naquele momento, no instante como num quadro impressionista o que importa é a realidade. Voltamos eu e o marido de mãos dadas, o marido recolhe algumas sementes para plantar em Pampa-Linda. Fazemos o caminho de volta, desço o muro fllorido da Sinagoga viro à direita caminho um pouco mais e cá estou. Ainda tem muito Domingo pela frente, mas eu gosto de começar bem o meu dia. Boa Semana.