terça-feira, 30 de junho de 2009

Azul de bolinhas brancas


Ontem fui caminhar na praia de botafogo. Fui devagarinho, pensando na morte da bezerra, tomando fôlego para começar a semana da minha vida de madame. No caminho lembrei que queria falar do filme que vi na tardinha de sábado de inverno e fiquei falando de pipocas e não falei do filme.

Na verdade o nome do filme era "Há quanto tempo que te amo". Era um filme francês daqueles que você se senta à mesa com os personagens e se sente um tanto à vontade, quase pedindo para alguém passar o sal.

Fiquei tão a vontade que fiquei reparando nos aventais dos personagens. Todos da casa participavam do trabalho doméstico, e cada avental era mais bonito que o outro. Alta costura francesa.
De repente no meio do filme, me lembrei de um aventalzinho que minha vó fez para mim quando eu era pequena, com 9 talvez, não mais que isso. Acho que vem dai minha paixão por bolinhas: O aventalzinho, na verdade era um vestidinho em tecido azul de bolinhas brancas. Era um modelinho moderno, transpassado e que tinha uma maneira toda especial de vestir. Amarrava a frente nas costas e as costas na frente. Vovó ficou contente de me fazer aquele vestidinho, e eu chorei quando o reencontrei no cinema. Chorei demais para aquele momento do filme, apesar de ser um dramalhão.


domingo, 28 de junho de 2009

Há quanto tempo te amo

Ontem fui ao cinema. Meu programa de tardezinha de sábado predileto. Me sinto a pessoa mais feliz do mundo, quando consigo arranjar um tempinho para ir ao cinema. Gosto de ir sozinha. Sou uma pessoa neurótica. Se tem alguém comendo pipoca do meu lado, não consigo curtir o filme e fico olhando para a pessoa como se ela estivesse praticando um crime hediondo.

Atualmente os saquinhos (modo de falar) de pipoca são mais compridos que o filme. Tem até tamanho "E o vento levou". Conclusão: passo o filme todo incomodada com aquele gesto banal de polegar e indicador no saquinho de pipoca e depois na boca, centenas, milhares de vezes. Minha atenção se dispersa a cada movimento.

Alguém me diagnosticou com dda que é um transtorno da moda. Já tomei até remédio, mas desisti de tentar ser normal. Agora além de neurótica, sou portadora de transtorno de déficit de atenção/sem hiperatividade. O que significa que eu não consigo prestar atenção a nada, mas fico sentadinha na cadeira.

Ontem sentei do lado de uma velhinha que comia pipocas. O saquinho tinha o tamanho normal. Provavelmente, ela, saudosista comprou o saquinho no pipoqueiro que fica do lado de fora do cinema. O saquinho era de papel manteiga e fazia um barulhinho...
Ela comia com educação, uma pipoquinha de cada vez, o que para meu cérebro era como se fosse uma sessão de tortura.

Todo neurótico acha que o que o incomoda, incomoda aos outros também. Há muito pouco tempo, descobri que não, que nem todos se incomodam com saquinho de pipoca, ou com aquele chutinho inocente vindo da poltrona detrás ou com alguém que funga no cinema. Se você funga, não vá ao cinema vá se tratar.

Continuo querendo falar do filme, mas os gulosos me distraem. A pipoquinha dos anos 30 terminou. Mas, atrás da minha poltrona tinha alguém que comprou um saquinho de sei lá o que. Só sei que o saquinho tinha um tamanho hediondo e que era moderno (barulho de papel celofane). A gorducha ( que não comia com educação), passou três quartos do filme, como se estivesse na sala de jantar de sua própria casa. Comeu o filme todo. E eu, bebendo aquele filme lindo, vez por outra, olhava para trás para mostrar que aquilo estava me incomodando muito. Ela, a gorducha só tinha olhos (bocas) para o "sei lá o quê", no saquinho de papel celofone e nem se abalou.

O filme foi ficando tenso e de repente, não se ouvia mais uma mosca, um estalar de saquinhos sequer. Todos conseguiram entrar no clima e agora parecia que só havia um espectador, a platéia silenciosa, atenta, maravilhada, comandada como num coro pelo maestro.

Confesso que pequei. Chorei um bocado e até funguei.

Não reli, não consertei os erros, porque não saberia, mas vou estudar e me dedicar para melhorar meu texto.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Espero sobreviver


Infelizmente, na próxima quarta-feira, termina meu "curso de oficina da crônica". Espero sinceramente sobreviver. Foram oitenta e cinco dias de pura alegria, apesar de neste tempo ter vivido dias realmente difíceis. Frequentar um curso, conversar com quem tem o que dizer, ouvir , aprender, ter novas possibilidades, encontrar pessoas generosas, nem sei se eu merecia tanto. Tive que matar muitos leões por dia, para poder cumprir com as minhas tarefas de dona de casa e entregar as minhas crônicas. Muitas vezes, como hoje, tive que acordar às duas da manhã para ter paz para escrever. Precisei pedir a deus e o mundo para pegar as crianças aqui e ali, e algumas vezes elas tiveram que me esperar mais de meia hora até que eu pudesse chegar. Quem disse que é fácil ser feliz? Mas com toda a certeza é muito bom.

Nestes três meses vivi sete vidas.

domingo, 21 de junho de 2009

Prometo que vou tentar melhorar


Blogs fazem pessoas escreverem mais e pior, diz Saramago
Publicidade
O escritor português José Saramago, que está prestes a publicar um livro com os artigos que escreveu em seu blog, diz acreditar que com o crescimento desse tipo de espaço na internet "está se escrevendo mais, embora pior". "A prática do blog levou muitas pessoas que antes pouco ou nada escreviam a escrever. Pena que muitas delas pensem que não vale a pena se preocupar com a qualidade do que se escreve", disse Saramago em entrevista publicada hoje pelo jornal argentino "Clarín".
28.nov.2008/Tuca Vieira/Folha Imagem
"Cuido de um post como de um romance", afirma o escritor português José Saramago
O escritor português reuniu os artigos publicados durante os seis primeiros meses de sua atividade como blogueiro em "Caderno de Saramago", um livro vetado na Itália por Silvio Berlusconi e que reflete o espírito crítico de seu autor.
"Pessoalmente cuido tanto do texto de um blog como de uma página de romance", disse o Nobel português, de 86 anos e que apresentará o livro em um encontro com blogueiros aberto a internautas de todo o mundo, no próximo dia 25, em Lisboa.
Quanto a seu blog (http://caderno.josesaramago.org/), o escritor disse que não destina ao espaço "nenhuma ideia em particular", para depois expressar que "os sismógrafos não escolhem os terremotos, reagem aos que vão ocorrendo, e o blog é isso, um sismógrafo".
"Aqueles que me leem sabem que podem encontrar-se a cada dia diante de algo totalmente inesperado", reforçou Saramago, que respondeu às perguntas do diário argentino por e-mail da Espanha, onde mora.
O autor de "O Evangelho segundo Jesus Cristo" também sustentou que não teve de lidar com a situação de criar textos que tivesse medo de publicar, e avaliou que "se o blog é um espaço para a reflexão, não deve surpreender que ilumine aquele que o escreve".

domingo, 14 de junho de 2009

Minha vida de madame, o lado bom!!!

Passei uma semana na Bahia.
Foram dias e noites lindos.
Fiz de tudo um pouco:
Fui à praia, à piscina, visitei cidades turísticas, cidades históricas, condomínios de luxo, aldeias indígenas, conversei com pintores, vendedores, nativos (os bahianos mesmo), um índio potiguara, índios pataxó (cachiló, pitauâ e juçara), argentinos, mineiros, portugueses, paulistas. Comi de tudo um pouco com destaque especial à uma autentica moqueca bahiana (em ), ao acarajé da sobrinha da marlene e às maravilhosas cocadas da tia nenzinha. Bebi muita àgua de côco, cerveja e duas caipirinhas de abacaxi ao som de muito roquenrou. Vi muitas àrvores centenárias, muita vegetação de mangue, vi os mais diversos animais: Búfalos, cavalos, bois e burros, bem-te-vi, garça, pica-pau(de cabeça vermelha), urubus, corujas, caranguejo, siri, uma sucuri enorme, gato, cachorro, tiê- sangue, sabiá-laranjeira muitas maritacas e uns grilos aterrorizantes.
Foi muito bom.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

O que é que a baiana tem?

Sei lá.
Hoje a noite estou embarcando para a Bahia, vou de avião, mas devo voltar rolando, pois vou comer muuuuiiiitooo acarajé.
Beijos da Paçoca