sexta-feira, 17 de julho de 2009

Das forças da Natureza



Tem dias em que eu acordo e
Parece que engoli um
oceano

As ondas
Estouram no meu peito
Sua água salgada me escorre pelos olhos
Uma melancolia...
Uma fúria devastadora.

Esta noite eu sonhei que
uma tissunami invadia copacabana
e atingia o prédio que eu moro
Do outro lado do
Morro

Tem dias que eu acordo e
Eu engoli um oceano em fúria
Tem dias em que eu acordo e
Um oceano me invade

Tem dias em que eu acordo e
Sou um navio naufragando
Ondas enormes me partem, me batem
Nunca vi tanta fúria
Ondas enormes me invadem
Ondas espumam de raiva
Eu em naufrágio
Tem dias em que eu acordo
E...
Tudo o que me resta
È o desejo de calmaria
Tem dias que simplesmente
Nem acordo,
Mas ainda assim
Há um mar revolto lá fora

Tem dias em que eu acordo e
Engoli uma floresta em chamas.
Vou ardendo o dia todo
Que dor
O fogo é furioso
Implacável
me cega
me toca
me arde
Vai queimando tudo
E me deixa um vazio por dentro
Mesmo quando passa a dor
do arder e não do ardor

Tem dias que não há mais o que queimar
Só há chamas
Tu não me chamas
Tu não me amas
Ninguém me ama (não resisti)

Tem dias que eu não devia acordar
Tem dias que são cinzas
Queria acordar cinzas


Tem dias em que eu acordo e acredito que engoli um
Vulcão em erupção
Vulcão que eu acreditava já estar
Extinto
Vulcão que já deveria ter se transformado em
pedras
Antigos rancores e ressentimentos
Mágoas de berço,
Mágoas da vida inteira.
As vou guardando
Até não poder mais
Reter
E de repente vem,
Vem nos dias em que eu acordo e
Certamente engoli um vulcão em erupção
As mágoas e rancores se transformam em
Ódio,
Só quem odeia sabe como
dói
Como impede como limita
O vulcão erupe
E eu me vejo derramar em fogo
Velhas mágoas que não viram
pedras
E que me atiram às
pedras
Não posso com esse vulcão
me doem as
pedras
que me atiram
Eu me
atiro
Se não me
Retiro. Explodo. Queimo
A tudo e a todos
Sou implacável
Não me poupo
Depois de
Tudo
Só me
Resta
Virar
Pedra
Vidrar


Tem dias em que
Eu acordo e
Engoli
Um barril de Pólvoras
Pólvora
Fininha
Explode
Aos pouquinhos
Explode o tempo todo
Dói
Não alivia
Apenas doi
Destroi
Corroe
Engoli Póvora
Estouro
Mas,
Também
Tem dias em que eu engoli
Pólvora e
Grito fogos de
Alegria
Brilho
estrelas libertadoras
O
Bom
É que sempre
Tem um dia depois do
Outro
Com ou sem
Pólvora
Com ou sem fogos de artifício.

Tem dias em que acordo e
Estou sem as
Asas
O muro é alto
A parede escura e
Estou sem asas
Acordo e estou pesada
Acordo
Pesada e sem asas
Pesada não posso voar
Sem asas
Não posso imaginar
Tem dias em que eu acordo
E o meu pensamento precisa de rampa

Tem dias em que eu acordo e
Sou uma fazenda
Centenária
Cheia de portas e janelas
Amanheço
As portas me batem na cara
E as janelas nunca se abrem
Não me recordo o porquê
Jung lembra
Freud explica
Memória centenária
Mágoa de outrem
Pecado original
Tem dias em que acordo e não
Recordo
As janelas nunca abrem
As portas me partem
Eu parto.

Márcia Lopes (não corrigi,não terminei...) aceito sugestões!!!

3 comentários:

As Tertulías disse...

sinceramente....nao tive vontade de ler tudo....

As Tertulías disse...

Mas agora li todo o resto (recomecei na verdade!) e estou muito encantado... Amiga, que pessoa mais rica voce é. Profunda. E com este dom de escrever BEM... Eu imprimi o texto e coloquei aqui no meu affichée do escritório!!!!!!!!

Anderson disse...

Gostei muito...
Precisa de correção?
Não acho que precise corrigir...
Bjos, bom fds!