Sempre fui péssima aluna. Nunca entendi pra quê a escola servia.
Lembro-me muito bem do constragimento que eu fiquei, quando, aos sete anos, minha mãe veio conversar comigo pela primeira vez sobre este assunto.
Na verdade ela não falou nada demais, só disse que eu precisava me dedicar mais aos estudos. Eu já naquela época (terceira série do curso primário) tinha minhas dificuldades e as notas refletiam isso.
Acho que foi aí que meu rótulo de vagaba começou.
E ninguém nunca notou que eu me esforçava, mas a coisa não acontecia.
Tive professores particulares aos montes. Quando o professor particular explicava eu entendia tudo!!! Tornava-me amiga deles e já tendo terminado o livro e os exercícios, já que eu não tinha dúvidas... ficávamos conversando.
O que eu não sabia e só vim a descobrir anos mais tarde é que só tem dúvidas quem sabe, quem não sabe nada não tem dúvidas.
Minha vida escolar virou uma grande bola de neve.
A cada ano tinha que estudar mais e mais para passar e aprendia menos. Até que aceitei o rótulo de vagaba e curti a vida a doidado, acompanhada pela sombra da bronca de quando chegasse o boletim.
Não faltava um dia sequer. Ficava na escola até mais tarde batendo papo.
Depois eu tomo coragem e conto que fui reprovada quatro vezes!!!
Certa ocasião... (minha avó sempre começava a me contar algo assim) eu ouvi dizer que o Padre Antonio Vieira tinha sido péssimo aluno nos bancos escolares e um dia teve um estalo e virou o Padre Antonio Vieira.
Bom daí em diante eu deixei de rolar minha bola de neve e fiquei a espera do estalo, que nunca veio.
Sorte a minha, já que não virei o Padre Antonio Vieira!!!!!
Eu só queria dizer que minhas duas filhas passaram de ano.
Parabéns para elas. Acho mesmo um luxo passar de ano direto.
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