sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

que pena!

A edição do Apanhador no Campo de Centeio que eu li era assim!
Amei o livro quando li. Faz um tempão! Nunca soube nada da vida dele, mas também ele nunca quis me dizer. Então fico com esta reflexão que ele fez numa entrevista ao NYT em 1974.
"Há uma paz enorme em não publicar. Publicar um livro é uma invasão terrível da minha privacidade. Eu gosto de escrever. Amo escrever. Mas escrevo para mim mesmo e para meu próprio prazer." J.D.Salinger

6 comentários:

As Tertulías disse...

Que sábio!

Luigi Spreafico disse...

Não sei não Paçoca, mas ao contrário de “há uma paz enorme em não publicar” eu diria: “há uma frustração enorme em não publicar.” E qual é o problema? O problema está em saber se o material que estamos produzindo é , ou não, digno de publicação. E para isto precisamos da crítica, não só honesta mas também, e principalmente, competente. Pois, como disse a nossa colega Claudia, da Oficina, “às vezes, o que escrevo rindo alguém lê chorando” Quando entro numa livraria e vejo aquelas montanhas de livros eu me assombro e pergunto: Onde encontrarão gente para ler tudo isso? E aí me lembro dos livros que vi em todas as livrarias em que entrei em todas as minhas viagens. Nesse momento o terror toma conta de mim.
Quem não gostaria de ser publicado? Quando escrevemos algo em um Blog, não estamos publicando? Claro que estamos. E o fazemos com toda a tranqüilidade. Por que? Porque não cobramos nada de quem nos lê. Mas se colocamos um livro de carne e osso em uma livraria quem o compra espera algum retorno. É justo. Não podemos decepcioná-los. Bem, não sei como prosseguir e devo parar por motivos técnicos. Preciso ir ao banheiro. Voltarei.

Luigi Spreafico disse...

Prezada Paçoca
Prometi voltar. Fiquei com o raciocínio entalado, no comentário anterior, e não tive outra alternativa que não fosse refugiar-me no banheiro. Uma vergonha. Eu falava da hipótese de decepcionar o leitor. Não sei se isso tem alguma importância. A responsabilidade por decepcionar ou não o leitor talvez esteja mais com o editor do que com o autor. Daí o cuidado das editoras, que são obrigadas a levar em conta, também, seus interesses comerciais. Afinal, publica-se ou não? Em que pese a “paz enorme em não publicar” acredito que qualquer um que se aventure no fascinante mundo da escrita gostaria de ser publicado. Vamos simplificar: Se alguém me disser “o seu livro é ótimo, quero publicá-lo”, eu direi: viva, boa sorte! E se isso não acontecer, aí sim, continuarei curtindo a paz enorme que existe em não publicar.
Muito querida Paçoca: estas são as reflexões de um leigo que não sabe sequer como funciona uma editora, o mercado editorial, a gráfica que imprime os livros, a distribuidora que os faz chegar às livrarias e a livraria que os faz chegar ao público. Que não sabe se falta algum elo nessa cadeia e se a ordem é essa. E que, por fim, lhe pede para ser tolerante porque espera que ABSIT INJURIA VERBIS. Seu admirador d e sempre,
Luigi

Paçoca disse...

Prezado amigo Luigi,
em primeiro Lugar muito obrigada pela atenção que deu a esta postagem. Gostei das suas reflexões, mas tenho, como de costume, umas considerações a fazer:
-É preciso levarmos em conta que quem disse que há uma paz enorme em não publicar, foi alguém que vendeu com este único título mais de 60 milhões de exemplares.
-Acho óbvio também que escrevemos para publicar. Ocorre que publicar é um passo seguinte. Primeiro temos o prazer de escrever. Prazer este que muitas vezes indepente do que poderá vir a acontecer depois. Publicação, noite de autógrafos, fama, sucesso, falta de inspiração, decadência.
Ainda tinha mais para falar, mas estou sem tempo.

Luigi Spreafico disse...

Mas,querida Paçoca, ele disse isso antes ou depois de publicar os 60 milhões? Faz diferença! Abraços
Luigi

Luigi Spreafico disse...

Prezada colega Paçoca
Você disse: "ainda tinha mais para falar"... Você continua sem tempo? Estou aguardando.
Luigi